domingo, 26 de junho de 2011

Dúvidas

Oi, Pessoal. Cadê as dúvidas. Combinei de respondê-las por e mail ou pelo blog. Me mandem que ainda dá tempo.
Abraço,
Dario

terça-feira, 12 de abril de 2011

Referências para revisão e para pensar

Caros futuros nutricionistas,
Seguem algumas referências para vocês organizarem as leituras na minha ausência. É fundamental que leiam os textos por que esta apostila não é suficiente. Publico também aquele link para o vídeo Ilha das Flores, que assistimos em sala. Aquele tipo de associação de idéias não pode ser esquecido, ok?  Tem também um vídeo inédito que vocês devem assitir para a gente debater quando eu voltar. Se chama "A História das Coisas". O link é
http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E
Sugiro que mostrem os dois vídeos e os discutam mesmo com quem não for da sua turma. Abraço e até a volta.


Então vamos lá: Estrutura Social  e Mobilidade

Prof. Dario Sousa e Silva

 Estrutura social

As regras sociais, códigos de disciplina do corpo e dos costumes que estudamos como elementos da civilização moderna fazem parte da estrutura social.  Logo, estrutura não são só condições econômicas mas ´onde se legitmam os sentidos, as formas de ver o mundo e as identidades sociais sobre as quais nos fala o texto de Goffman. 
Normalmente chamamos de estrutura aquilo que desempenha a função de servir de base ou de sustentação para algo. Como num edifício, vigas e vergalhões ou num corpo os ossos, estruturas existem dando forma e consistência a construção ou ao animal.  Quando se fala de estrutura social o sentido é semelhante. Na estrutura, se localizam as raízes dos fenômenos fundamentais que interferem na ordem coletiva e no sentido da vida de indivíduos e sociedades.  Em sala, levantamos alguns exemplos desses fenômenos que têm a ver com a economia (entendida como organização para produção e distribuição das riquezas), com a política (entendida como conjunto de ações relacionadas à disputa pelo poder e sua organização), com os valores morais transmitidos pela família desde cedo; o direito (como garantias coletivas e código de direitos e deveres formalizados na lei).

Sistema

 A estrutura social,  seja a estrutura econômica, política, moral, aponta para a localização das pessoas na coletividade em que ela vive e atua.  Logo, é pela análise da estrutura que podemos perceber algumas formas importantes  de classificação (também chamada de estratificação)  de indivíduos ou grupos.  Em outras palavras, a estrutura nos mostra os processos pelos quais a sociedade classifica indivíduos ou grupos em um segmento ou outro.  A esses processos freqüentes ou reconhecidos de identificação, classificação e manutenção da estrutura damos o nome de sistema. O sistema de classificação, por sua vez, mostra o que interfere nas condições de vida boas, ruins, médias de cada segmento social por que a forma como se classifica interfere no reconhecimento de importância de cada grupo social.  Daí, a classificação normalmente influencia as chances de manter ou melhorar as condições econômicas, de poder político ou de acesso a direitos.   

A classificação pode simplesmente apontar diferenças e especificidades a serem reconhecidas. Mas pode também classificar segundo uma hierarquia no caso de interferir na distribuição de poder ou de recompensas econômicas. Uma hierarquia é uma ordem de importância ou de prioridade, freqüentemente apoiada em símbolos como  credenciais ou pré-conceitos.

Classificação

 As sociedades têm duas formas comuns de apelar para símbolos de classificação dos indivíduos:

a)     a classificação atribuída ou adscrita:  Que apela para crenças relativas à capacidades ou incapacidades, virtudes ou males atribuídos a origem das pessoas ou a sua cor, sexo, opção sexual, idade, religião, forma física costumes, nacionalidade.   É a forma mais freqüente de classificação. Todas as pessoas todos os dias procuram reconhecer comportamentos segundo um arquivo de referências que ajude a dar sentido a um comportamento. Todos atribuímos um sentido simbólico a atos e pessoas. Mas é também a forma em que mais freqüentemente aparecem as formas de reconhecimento que não tem a ver com a experiência mas com a crença que a maioria ou um grupo tem em relação a alguém. São os preconceitos.    A classificação atribuída é uma generalização, e por isto é injusta. E é injusta até quando acredita destacar características preconceituosamente tidas como boas. Por exemplo, quando alguém diz que os latinos são “naturalmente” sensuais ou que as negras são “naturalmente” sexis, pode estar sugerindo generalizações falsas e, pior ainda, que sensualidade ou ser sexi são as características mais importantes  ou as únicas que dão importância a indivíduos daqueles grupos. Em resumo, a classificação atribuída é baseada em coisas disseminadas e generalizadas em que se acredita ser boa ou má característica de membros de um grupo.  Embora as crenças sejam subjetivas, ou seja, pura interpretação, as dificuldades geradas com a discriminação são bem concretas.

b)    Classificação por credenciais ou por conquista: As credenciais são como certificados de competência adquiridos por mérito, prática ou nível de instrução.  Neste caso algumas características de origem e trajetória vão interferir na classificação e na possibilidade do indivíduo mudar de posição dentro da classificação. O problema aqui é a dificuldade freqüente que leva alguns grupos sociais a terem menos chances de adquirir as credenciais.

As formas de classificação interferem nas formas de inclusão ou de marginalização das pessoas em sociedade.

Mobilidade social


A mobilidade social trata das formas de mudança vividas pelo indivíduo, por grupos de que ele faça parte ou pela sociedade.  A estrutura social também é móvel, isto é, também muda. E isto pode interferir radicalmente na forma como o sistema de classificação e as condições de vida se apresentam para melhor ou para pior.  Mas a mobilidade também se verifica ao longo da vida de uma pessoa.  Da infância à maturidade há uma mudança de status, isto é de prestígio ou de classificação atribuída.  A idade também influencia as chances de se obter credenciais como a educação.  Por exemplo, alguém que comece a trabalhar muito cedo e que, por isso, não tenha conseguido estudar, não conseguirá credenciais necessárias para ir muito além daquele trabalho com que começou. Em conseqüência, suas chances de mudar de vida, logo de mobilidade são menores de alguém que tenha seguido outra trajetória. A mobilidade em termos econômicos é freqüentemente referida pelo trabalho ou pela ocupação.
A mobilidade também pode ser estudada em vista do sentido que ela toma: isto é, ela pode ser ascendente, quando a mudança se dá de uma posição baixa para outra mais alta; descendente, quando o movimento é de piora, ou seja quando se cai de uma situação para outra menos elevada. Pode haver ainda a imobilidade, que é quando as condições de mudança não são significativamente alteradas ao longo de um certo período de tempo que esteja sendo estudado.  De uma forma ou de outra, mais ou menos significativamente sempre ocorre transformação, logo sempre alguma mobilidade para melhor ou para pior acontece. Importante para o pesquisador é perceber o que causa a mobilidade.  Sabendo disso é possível perceber os fatores que podem afetar negativamente a vida das pessoas.

São formas comuns de se perceber a evolução das chances de mobilidade a medida da mobilidade:

a) inter-geracional: quando se compara a condição de uma geração com a geração ou as gerações anteriores;

b)intra-geracional: quando se compara a mobilidade de um indivíduo ou grupo ao longo de sua vida. Por exemplo, quanto o salário ou a ocupação evoluíram desde o primeiro emprego até quando o indivíduo se aposenta.

Cada forma de medida de mobilidade está associada a processos determinados mas que na prática se confundem.  A chamada mobilidade circular, por exemplo, é caracterizada pela entrada e saída de indivíduos na estrutura ocupacional. Envelhecimento e perfil demográfico por idade e características reprodutivas interferem nesse movimento.

As mudanças estruturais de uma geração para outra ou em um curto período de tempo podem refazer até mesmo as credenciais reconhecidas como necessárias para a inclusão em uma determinada ocupação. Por exemplo,  uma nova estrutura econômica pode passar a se caracterizar por novas tecnologias e administração das empresas.  Isso pode exigir menos trabalhadores e que esses trabalhadores menos numerosos sejam mais qualificados em termos educacionais.  Essa mudança levaria à exclusão de grande parte dos trabalhadores do mercado de trabalho se as chances de educação não estiverem disponíveis igualmente para todos.  Mas as chances de inclusão, de se credenciar e logo, de mobilidade quase sempre não são iguais. Isso remete a outro ponto a se discutir:

As Desigualdades Sociais

A desigualdade é a diferenciação na classificação e ns condições de vida de indivíduos ou grupos.   Mas nem toda a diferença é ruim. Há diferenças pessoais, culturais, etárias, de crenças, preferências, capacidades, desejos.  Estas devem ser respeitadas e reconhecidas.  Mas quando se fala em desigualdade,  o que se tem em mente é a idéia de falta de igualdade nas condições de inserção que devem estar disponíveis a todos. A desigualdade social, portanto se refere a diferenças sociais injustas.  Essas diferenças caracterizam uma situação chamada de iniqüidade. As situações de iniqüidade devem ser percebidas e transformadas.

As classificações atribuídas ou adscritas e a escassez de possibilidades de se obter credenciais são freqüentes na forma como a desigualdade se manifesta na modernidade.  Leiam e reflitam sobre isto.
Ah, sim. Tem também o vídeo sugerido pelo Sandro, que se chama FM Rebeldia:  
http://www.youtube.com/watch?v=yxkk56po-KY

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dados sobre o curso e um video pra ouvirem enquanto leem...

O curso de introdução à sociologia se baseará na ementa apresentada ao Instituto de Nutrição da UERJ e que tem como objetivo abordar:
A especificidade do olhar sociológico. A emergência do Pensamento Sociológico. Alguns conceitos básicos da Sociologia: Ordem social, sociabilidade, processo civilizatòrio, identidade, representaçao, interaçao simbòlica, relativizaçao, distinçao, desigualdade,  o que è uma questao social, desenvolvimento social.
Sociologia aplicada à Alimentação e Nutrição. A dimensão social da Alimentação: hábitos, tradições e imposições. O impacto sobre a alimentação dos processos sociais: Industrialização, Modernidade e Mundialização.
A discussão sociológica sobre a Alimentação e a Fome no Brasil.
A nossa bilbiografai básica será:
 BOLTANSKI, Luc. As Clsses sociais e o Corpo. Ed. Graal, 4a. Edição.

CASTRO, Josué de. Geografia da Fome: a fome no Brasil. Ed. Civilização Brasileira, 2005 (5ª ed).
ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Vol. 1. Rio de Janeiro, ed. Jorge Zahar.
Outros textos serão incluidos ao longo do curso.

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